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terça-feira, 5 de abril de 2011

CUIABÁ PELOS CARTÕES POSTAIS DE PIERRE MARRET

















Pierre Marret nasceu na França em 1924. Após o fim da segunda guerra, onde lutou na resistência francesa contra a ocupação nazista, com seu país destruído foi incentivado por um amigo suíço a vir para o Brasil. Em meados dos anos de 1950 chega a Mato Grosso e compra terras na região de Barra do Bugres para cultivar seringueiras e produzir borracha. Desiludido com as dificuldades encontrou para tocar sua empreitada, vem para a capital e passa a prestar serviços de topografia para o departamento de infra-estrutura e estradas do estado. Neste período, maravilhado com as belezas naturais do estado, retoma o hábito de fotografar que o acompanha desde a adolescência. Nos anos de 1960 Pierre abre o estúdio fotográfico FOTOCOR, representando as marcas KODAK e FUJI FILME e também passa produzir cartões postais retratando o pantanal, a ainda desconhecida Chapada dos Guimarães e as principais cidades do estado, principalmente Cuiabá, e, ainda monta as primeiras bancas de revistas nas praças da cidade verde. Nos anos de 1970 expande seus negócios investindo em souvenires ou lembranças da cidade, e, especialmente artesanato cuiabano e artigos indígenas o que inegavelmente o coloca como pioneiro na valorização das manifestações culturais e nativas, que caem no agrado dos turistas, celebridades e autoridades que por aqui chegavam, circunstância que o incentiva a abrir mais lojas no centro de Cuiabá, na Praça Alencastro, no aeroporto, na rodoviária (na antiga e na nova) e em cidades do interior como Campo Grande, Corumbá, Rondonópolis e Diamantino. Devido a isso, faz amizades e ganha notoriedade na sociedade e nos governos que se sucedem. Após a divisão do estado mantém as lojas em Mato Grosso do Sul e ainda abre outras filiais em Chapada dos Guimarães, Arenápolis, Juína e em muitas outras localidades e até em Ji-Paraná, no Estado de Rondônia. Pierre não constituiu família, por isso nutria muito apego aos seus funcionários, que não eram poucos. Sandra Arruda Araújo Orcioli, Maria de Lourdes Araújo Amorim e Maria José Nunes de Araújo, todas irmãs, iniciaram ainda meninas nas suas lojas e são categóricas ao afirmar que o fotógrafo foi um verdadeiro pai para elas. Extremamente honesto e exigente, mas ao mesmo tempo afetuoso, além de preocupado em prepará-las para o mundo, orientando-as e as incentivando nos estudos. Ele chegou a montar uma cozinha especialmente para fornecer refeições para seus funcionários aos quais também patrocinava cursos em São Paulo e outras capitais e ainda oferecia grandes confraternizações de fim de ano. Não é a toa que muitos deles também viraram fotógrafos. Apesar de ter sido pioneiro nas revelações em cores em uma hora, era um tanto quanto arredio e avesso as novidades, demorou a perceber a necessidade da informatização e as inovações que culminaram com a digitalização da fotografia e foi cerrando portas, perdendo dinheiro e os bens que amealhou, patrimônio este, diga-se de passagem, considerável. Acabou sofrendo processos trabalhistas, o que o afetou muito emocionalmente porque encarava tal atitude como ingratidão. Entristeceu mais ainda quando teve que fechar as lojas da Praça Alencastro e do Aeroporto. Sem parentes no Brasil e herdeiros diretos, esteve nos seus últimos anos de vida aos cuidados de outra funcionária Eva Gonçalves, que lhe devotou toda a atenção diante dos problemas de saúde que passou a enfrentar desde o ano de 2000, quando sofreu um acidente vascular cerebral. Nesse tempo, recebeu a visita de um sobrinho que veio da França. Morreu aos 84 anos no dia 04 de março de 2007, um tanto quanto esquecido e sem o devido reconhecimento, que ainda há de lhe ser outorgado pelos serviços que prestou ao mostrar Mato Grosso e Cuiabá para o Brasil e o mundo pelos seus cartões postais. Infelizmente, seu acervo fotográfico original, deixado sem um curador, praticamente se perdeu.
Diante da proximidade do 292º aniversário de fundação de Cuiabá, vale destacar que Pierre Marret em seu legado retratou nas suas fotos e principalmente nos seus cartões postais uma Cuiabá ideal, sonhada em relação aos dias que correm. Quase provinciana em plenas décadas de 1960 e 1970. A cidade ainda sem pressa, de população contida e bucólica, dos frondosos flamboyants na Avenida Getúlio Vargas, do sereno, generoso, limpo e belo rio Cuiabá que permitia pesca de arrastão que trazia cacharas e pintados de tamanhos hoje inimagináveis. A praça Alencastro da resplandescente fonte luminosa e de arquitetura agradável, com seu piso em mosaico e a praça da República com a catedral barroca, em ambas, diversas e altíssimas palmeiras imperiais. A Cuiabá da minha lembrança, das conversas nas cadeiras na calçada no final da tarde, das portas e janelas das casas sempre abertas, do comércio que fechava para a sesta. A cidade pacífica e amistosa. Um tempo que infelizmente passou, deixando saudade dolorida no peito dos que tiveram o privilegio de vivê-la. Voltando hoje a alguns dos lugares que ilustram os postais de Pierre constato que, em flagrante contradição, o progresso, evidencia-se, fez mal a cidade. Fica a esperança que aqueles dias retratados nos cartões postais do fotógrafo que amava a cidade que o acolheu toquem de alguma forma o coração de nossos governantes e os inspirem a buscar uma cidade melhor, digna de todos os que aqui vivem e vem visitá-la, como já tivemos em dias passados.
André Portocarrero é advogado e acadêmico do 4º semestre de Jornalismo na UFMT.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CAOS NO JARDIM ITÁLIA!!!




Um dos bairros com o IPTU dos mais elevados de Cuiabá, que, por exemplo, abriga os dois residenciais ALPHAVILLE de Mato Grosso, o Bairro Jd. Itália se traduz num local abandonado pelo poder publico, no que não se difere da cidade como um todo. O asfalto está em situação precária, cheio de enormes buracos nos locais ainda onde resta alguma cobertura, além disso, o mato domina o cenário, especialmente no canteiro central da Av. Érico Presa, a principal da localidade que é via de ligação para várias partes da Capital. Em muitos lugares o esgoto corre a céu aberto e praticamente não existe coleta de águas pluviais, sem se esquecer da insegurança que impera. Obras importantes como o alargamento da avenida principal e instalação de bocas de lobo estão paradas há quase um ano. Os moradores não se cansam de reclamar urgentes providências junto ao município e demais autoridades competentes, mas estes se mantém inertes, numa longa agonia para os moradores que não escondem a sua decepção em relação ao estado descaso que, com revolta, suportam.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CALÇADAS I



As calçadas de Cuiabá não pertencem mais aos cidadãos que aqui vivem. Existem muitas estreitas, existem lugares onde elas NÃO EXISTEM! Mas o que chama muito a atenção nos dias que correm é que servem para tudo menos para o seu objetivo...CIRCULAÇÃO de pedestres. Antigamente era costume, no final de tarde ou boca da noite, as rodas de bate-papo com as pessoas sentadas em convidativas cadeiras passando o que aconteceu, frivolidades etc. Hoje a situação é essa retratada na MIRANDA REIS, uma área central e com forte comércio, pertinho da antiga rodoviária. O pavimento está coberto de lixo há vários dias...até um colchão carcomido e consumido por fungos está lá bloqueando o caminho sobre uma montanha de lixo. Mais um "belo" cartão postal da nova nossa Cuiabá que nós fazemos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

RETOMADA

Criei o Blog há quase 01 ano com a intenção de fazer dele os olhos dos cuiabanos para o abandono que vivemos porque Cuiabá, festejada atualmente como uma das sedes da COPA DE 2014, é uma cidade abandonada, desgovernada, DESTRUÍDA e clama por respeito, civilidade e moralidade.
Os afazeres de servidor público, estudante (de pós-graduação em direito e de acadêmico jornalismo), pai e de contribuinte dentre outros me privaram de tocar o espaço. Agora pretendo atualizá-lo semanalmente com registros que mostrem o inconformismo não só meu mas da população para com a lamentável situação que atravessamos. ALGUMA COISA tem que ser feita...

CRATERA NA ENTRADA DA MORADA DO OURO




Há alguns anos abriu-se uma verdadeira cratera na calçada da avenida principal da MORADA DO OURO, logo ali na entrada do bairro, na passagem pelo Parque Estadual MASSAÍRO OKAMURA.
Apesar de passar muito tempo, até hoje, NADA, absolutamente nada foi feito para consertar o buraco que a cada chuva leva mais e mais do pavimento. O que falta acontecer para que as autoridades façam o que lhes compete? Precisa alguem cair ali?... se é que já não conteceu...